"Os discos cerâmicos são bem mais leves que os de ferro fundido o peso do Porsche Turbo, por exemplo, é aliviado em vinte quilos quando equipado com eles. Sua durabilidade também é muito maior: em testes, eles chegaram aos 300.000 quilômetros de vida útil, enquanto as pastilhas resistem a 60000 quilômetros"
Cerâmica? Mais resistente que o ferro fundido? Convém não confundir o material de que são feitos os novos freios com a cerâmica que você vê no dia-a-dia, nos azulejos, nos pisos e nas louças. Estamos falando de um material de altíssima tecnologia, cuja base é feita de oxigênio, nitrogênio, carbono, boro e silicone, além de metais como alumínio, zircônio e titânio. Durante o processo de fabricação, os metais são transformados em um pó finíssimo e queimados à temperatura de (1700) graus, transformando-se em cerâmica "técnica", muito mais estável e resistente do que a que é obtida a partir da argila ou do barro, queimado em fornos de alta temperatura
Comparado aos discos de fibra de carbono empregados em carros de competição, o material cerâmico leva vantagem em dois aspectos. Apesar do preço alto (o conjunto dianteiro da Mercedes custa 6000 dólares), o material cerâmico é ainda bem mais acessível que o de carbono. E apresenta um comportamento eficiente mesmo quando frio, enquanto o de carbono só atua plenamente quando atinge altas temperaturas.
O alto custo da peça, devido à tecnologia necessária para sua fabricação, impede, pelo menos por enquanto, que o equipamento seja "democratizado". Submetidos a temperaturas altíssimas durante a produção, esses discos podem se deformar no "nascimento". É natural que a novidade seja utilizada em modelos em que o emprego desse sistema não pesa tanto no preço final do carro. Como o Porsche Turbo, que é oferecido com os discos de cerâmica opcionais (denominado pela empresa de Porsche Ceramic Composite Brakes), e o Mercedes CL 55 AMG F1 Limited Series, equipado com os C-Brakes.